A pandemia da COVID-19 antecipou, em um espaço curtíssimo de tempo, anos de mudanças na forma como as empresas usam a tecnologia da informação em seus negócios. Especialistas, com base em pesquisa global realizada por executivos da McKinsey, presumem que as empresas aceleraram de três a quatro anos na digitalização das interações com clientes e em suas operações internas. A participação de produtos digitais nos portfólios cresceu a taxas maiores do que se imaginava ser possível antes da pandemia. Além disso, as instituições de ensino reestruturaram suas modalidades de aprendizagem; empresas adaptaram suas atividades com colaboração virtual e trabalho remoto; os governos estão alterando a forma de atender seus cidadãos com interações online. Para que tudo isso fosse possível, “a área de TI precisou tornar-se mais resiliente e flexível,” de acordo com Tadeu dos Reis Faria, professor de cursos de especialização em Arquitetura de Software Distribuído, Ciência de Dados e Big Data e Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina do IEC PUC Minas.
Para ele, os processos de mudança e de tomada de decisão tornaram-se mais ágeis e as empresas começaram, por exemplo, a adotar horários de trabalho flexíveis e políticas de trabalho remoto para fornecer uma melhor experiência aos seus funcionários e aos seus clientes. “Esse cenário de urgência trouxe avanços. As empresas estão mudando gradualmente para serviços de computação nuvem. A modernização de tecnologias e a pesquisa na área saúde evoluíram. A disponibilidade e segurança dos serviços e produtos online passaram a ter mais relevância para a manutenção da continuidade dos negócios”, explica.
Com demandas crescentes e totalmente novas, não é de se espantar que a área esteja experimentando, na contramão da economia global, um crescimento vertiginoso. Pesquisa realizada pela Spring Professional mostrou que as companhias de tecnologia são as que mais permaneceram com ritmo de contratações pré-pandemia, totalizando 23%. Entre os profissionais mais requisitados, segundo a Pagegroup, estão o líder de cibersegurança e o especialista em nuvem.
O Futuro é agora
De acordo com estudo encomendado pela Dell Technologies ao Institute For The Future, 85% dos trabalhos que existirão daqui dez anos ainda não foram criados e grande parte destas novas profissões estão relacionadas com T.I. As áreas de Inteligência Artificial e Computação em Nuvem são citadas como exemplos com alta demanda por profissionais. “Acredito que já temos um ambiente de TI totalmente diferente do que se verificava antes da pandemia. É muito provável que os efeitos gerais que a crise atual já teve ou terá no setor de TI serão ainda mais abrangentes do que se percebe agora, com ramificações de longo prazo que ninguém esperaria”, aposta Tadeu.
Não é pra menos: segundo o Banco Mundial, até 2024 serão criadas 420 mil vagas na área de T.I. Este mercado em ascensão necessita, claramente, de profissionais cada vez mais preparados. “Um dos principais ensinamento que precisamos levar desse período é que não devemos nos apegar muito aos conhecimentos que já adquirimos. É bom que os profissionais de TI continuem adquirindo novos conhecimentos e aprimorando suas habilidades para atender às necessidades do negócio em constante mudança. É importante que o profissional fique atento às tendências e que esteja disponível para ampliar suas competências. Estes são tempos desafiadores, mas devemos ser otimistas sobre o futuro do trabalho e das contratações”, finaliza o professor.
Fonte: http://portal.pucminas.br/iec/informativo/materia.php?codigo=2755&materia=34570
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